quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ano Novo

Mais um ano se passou sem que eu me desse conta da velocidade dos acontecimentos. Cada ano é único, não só pelo tempo, que não volta, mas principalmente porque em cada um lidamos com situações e pessoas diferentes e muitas vezes, com mudanças. Existem anos bons, outros, nem tanto. Cada um é marcado por inúmeros fatos que os fazem tão distintos e inesquecíveis.

Mais um ano se passou e a gente cresce sem perceber. Envelhecemos, sim, a cada segundo e amadurecemos, às vezes sem querer. As regras da vida parecem ter mais lógica e ao mesmo tempo o seu sentido apresenta-se vazio e difícil de ser entendido – se é que ele existe.

Alegrias, decepções, tragédias, conquistas, realizações... tudo faz parte desse pequeno grande mundo em que vivemos. Aprendemos com os acontecimentos e de tão emocionantes e desgastantes que podem ser, esperamos ansiosamente para o fim de um ano, para que possamos ‘’começar de novo’’, do zero, mais uma vez.

A aparente renovação psicológica nos dá força para continuar lutando e buscando tornar os planos e objetivos reais. Assim, continuamos vivendo, aprendendo e entrando em uma quase rotina surpreendente com novos episódios inesperados.

Aos meus amigos desejo sorrisos e mais sorrisos. Menos lágrimas de tristeza, se possível. Conquistas, paciência e controle para que tomem as mais sábias decisões e assim possam encaminhar suas vidas sempre para o melhor. A aprendizagem virá e que todos possam aproveitá-las ao máximo. Quero que guardem cada ano como um presente, pois neles existem instantes de enorme felicidade e, embora os anos passem, as lembranças permanecem, fazendo com que tenhamos a sensação de que tudo isso vale a pena.

Lara.

PS: Esse é o último texto do ano ! Feliz Natal e Feliz 2011 para todos! Até dia 06/01 ! Beijos 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Casamento


Sou metade do que sou e metade do que és. Sou meus olhos e teu sorriso. Sou meu corpo e tua alma, minha cabeça, teu coração. Sou meus pés e tuas mãos. Sou tudo e nada além de uma mistura de seres. Sou risos e lágrimas, silêncios e gritos. Sou dois em um, do mundo todo, de lugar nenhum. Sou teus pêlos, bravura, calor. Sou meus cabelos, minha doçura, meu humor. Sou tanto que nem sei o que sou, nem quem, se sou e porquê sou. Sou sol, sou sal, sou céu, sou sombra, sou seu. És espelho, esperança, espaço, espera, espinho. Somos o céu e a Terra, a saúde e a doença, a riqueza e a pobreza. Somos amor, confiança, lealdade, respeito, amizade... Somos queridos e unidos. És minha mulher e eu, teu marido.

Lara

sábado, 18 de dezembro de 2010

Pontos de vista


Sou um homem formado por milhões e milhões de células que se comunicam através de mecanismos admiráveis e conexões inexplicáveis. Sou uma rede de sistemas que funcionam por si só, sem parar, continuamente por décadas. Sou um ser que vê, que ouve, que fala, que sente, que pensa, que ri e que chora, sou só eu. Sou único! Sou tudo!

Sou 1 homem dos 6,5 bilhões de outros homens do planeta Terra, que é um dos nove planetas do nosso sistema solar. Faço parte de uma de muitas galáxias do universo interminável. Sou só um. Sou nada.  

Lara

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Poeminha

É uma aqui e outra ali
É uma boa, outra melhor
É um nó!

É sentimento demais
Pra uma pessoa só. 


                                                                                                            Lara

domingo, 12 de dezembro de 2010

Máscara

Eu me deixei levar pelo seu sorriso. Em um universo de mentiras, você me fez acreditar em amor, sentimento ilusório que te tira do mundo real e te leva para um lugar melhor, em que os problemas praticamente não existem e tudo parece ser mais bonito, mais fácil, mais feliz. O meu engano durou um ano e alguns meses, sua atuação foi perfeita; me convenceu. Eu, encantada com o falso sentimento me entreguei de corpo, alma e coração a algo que acabaria mais cedo ou mais tarde sem que eu ao menos pudesse imaginar.

A traição do sentimento não foi maior que a decepção. Em poucos instantes fui arrastada pra fora do meu mundo de fantasias e forçada a viver no mundo real sem que me perguntassem sobre a minha vontade. Em minha concepção o egoísmo, neste momento, havia sido tremendo, quando ,então, percebi que desde o primeiro olhar o egoísmo já estava presente. Você me teve enquanto eu te fiz bem e talvez, o meu maior erro tenha sido querer te fazer feliz pra sempre.

O ciúme era quase incontrolável, apesar da segurança que meu ilustre ator me passava. Às vezes me pergunto se foi real, mas prefiro acreditar que não desde o começo, a cogitar que o amor tenha acabado. Se acabou, a culpa foi minha de não ter sido boa o suficiente para manter em mim a sua atenção. Culpo-me independente da razão da nossa separação, pois o sofrimento me leva às lembranças e, conseqüentemente, ao meu mundo ideal de novo, mesmo que por poucos momentos.

Mudar o que aconteceu talvez seja o meu maior e mais íntimo desejo. Porém, a marca que deixou em mim foi profunda e feia. Prefiro escondê-la debaixo das minhas mentiras e da máscara que eu criei para mim. Assim, quando alguém se encantar pelo meu sorriso, saberei que aprendi a viver como meu ator, conquistando pessoas e fazendo-nas acreditar que estão num mundo perfeito, que na verdade não existe. Arrancarei pessoas de seus mundos imaginários assim como fizeram comigo. Não por vingança, e sim, para que aprendam que a vida não é como nas histórias dos livros de contos de fadas. Desse modo, elas criarão máscaras e darão continuidade ao trabalho do meu ator.

Quando enfim todos tiverem suas máscaras prontas e a decepção for predominante, talvez, percebam que é preciso mais do que o disfarce para ser feliz de fato. Talvez todos sintam o vazio que eu sinto agora e, de dois em dois, corpos vazios se unam e busquem juntos suas almas. Essas sim estarão vagando pelo mundo imaginário que, embora não mais concreto em mãos, continua idealizado em pensamento.

Vivo em um mundo de atores que nada me dá além de tristeza.



Lara.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sem título [1]

É fácil estar bem para o mundo. É fácil sorrir, conversar e gargalhar em público. O dificil é não chorar sozinho no quarto, esquecer o passado e não querer que o tempo passe voando para tudo isso acabar. O difícil é não olhar o telefone, não esperar uma surpresa, como gritar meu nome no meio da multidão. O difícil é perder o hábito, soltar-se do apego, acreditar em um novo começo. É fácil fingir, difícil é acreditar em sua própria farsa. É facil chorar, difícil é aguentar o nó na garganta. É fácil dormir o dia todo, difícil é acordar, encarar a realidade. É fácil o início, difícil é o fim. 

Lara

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Aniversários

Meia noite. Um dia só meu. Uma idade nova, com a velha celebração de todos os anos. Amigos, parentes, gente em geral que liga, deseja o melhor. Tem gente que abraça, gente que dá presente, gente que quer comida, gente que quer bebida, e tem o aniversariante, no caso, eu. Eu espero um ano inteiro para nesse dia, ter um bolo só pra mim, que eu queria inteiro, mas divido mesmo assim, por educação, é claro. Espero o ano inteiro para rasgar papeis de presentes, tomar refrigerante em dia de semana, comer frituras, guloseimas e gostosuras! Encher bolas coloridas e estoura-lás quando todos forem embora, faltar a escola e dormir depois da hora. Pular no sofá, não arrumar a cama, sair por aí com o nariz para cima e o rei na barriga dizendo: “Hoje, o dia é meu”. Mas no fundo no fundo, é a data em que eu mais quero colo, carinho e um pedaço de bolo, para comer de consolo, quando o meu dia acabar. 

Lara

ps: Parabéns para as gêmeas mais chatas e amadas do universo, minhas irmãs. (:

domingo, 5 de dezembro de 2010

Encontro

  


Sai de si. Vem curar teu mal. Te transbordo em som. Põe juízo em mim.  Teu olhar me tirou daqui, ampliou meu ser. Quero um pouco mais. Não tudo, pra gente não perder a graça no escuro. No fundo, pode ser até pouquinho, sendo só pra mim sim.

Olhe só como a noite cresce em glória e a distância traz nosso amanhecer. Deixa estar que o que for pra ser vigora. Eu sou tão feliz !  Vamos dividir os sonhos, que podem transformar o rumo da história. Vem logo, que o tempo voa como eu quando penso em você.

[Maria Gadú] 

ps: Maria Gadú (linda, fofa e aniversariante) e Caetano Veloso  foram MARAVILHOSOS hoje (: Uma ótima companhia, com ótimas músicas ! Amei !


sábado, 4 de dezembro de 2010

Aos que me fazem feliz

Reflito agora, sobre a importância do que preciso assumir, mas tenho difculdade. Dificuldade essa que pode ter sido causada devido ao enorme tempo que estive presa. Acorrentada a momentos passados, não me permiti ver que existiam pessoas que estavam aqui, bem ao meu lado, dispostas a me fazer esquecer quem já não merecia mais atenção. Talvez nem saibam de sua importância pra mim e, sem perceber, me ocupam com outras histórias, sorrisos, preocupações...

Estar perto delas não foi uma escolha; elas vieram em meio a minha tristeza e eu, sem me dar conta, me fiz ser sustentada por elas. Parecidas comigo ou não, conseguiram me fazer um bem tão grande, que não as quero longe de novo. Algumas delas são até bem diferentes de mim e não pensam nem agem como eu. Faço disso um fator de desenvolvimento, de aprendizagem - por vezes não consigo, desconto minha raiva, choro, grito -, mas como ser humano normal, não sei lidar com tudo. As diferenças, impostas, não podem ser mudadas tamanha a teimosia das minhas agradáveis pessoazinhas; vou levando e entendendo e me acostumando, vendo que isso faz parte da personalidade dessas pessoas. Apeguei-me a elas -como são- em pouco tempo, mesmo tendo prometido não o fazer de novo com e por nínguém.

Devo assumir, embora não queira, que pessoas assim me encantam. Queria esconder essa confissão, pois parte delas usará meus sentimentos contra mim - mesmo que de brincadeira- ; a outra parte vai apenas sorrir e se orgulhar de me fazerem ver que a minha felicidade não depende de uma única pessoa. Ser feliz por ser, de graça e irradiar felicidade. Assim, sem mais nem menos, gosto delas, simplesmente pelo fato de sempre me fazerem ver o lado bom das coisas, ver o melhor de nós e dos outros, de estimularem em mim a melhora constante, de me lembrarem que as tristezas sempre passam.

Deixo de lado todas as reclamações que tenho a fazer para agradecer por me trazerem de volta a ansiedade, o nervosismo, a alegria, a vergonha, a coragem, o carinho e admiração que eu por tempos achei que não fosse mais sentir. Pessoas aparentemente diferentes se tornaram para mim, pequenos instantes de grandes felicidades diárias.



Lara

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Poesia em prosa [1]


Sinto o não se importar com defeitos, o não ver os erros, malfeitos, o não querer mal só querer, o querer bem e mais ninguém. Sinto o peito sorrir cheio de um sentimento só meu,  que divido contigo por dentro. É o meu amor que é só seu. Sinto desejo e vontade de estar junto, paixão. Não sei se é amor ou saudade, tristeza ou felicidade na loucura do meu coração. Sinto o querer para sempre, ser um só e só um coração. Seja assim desse seu jeito, que me cega, me ama, ilusão.

Lara


"E eu querendo querer-te sem ter fim/ E, querendo-te, aprender o total/
Do querer que há, e do que não há em mim" - Caetano Veloso


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Por ser você


Por ter tido coragem, começou. Por ter sido improvável, provou-se diferente. Por ter sido você, ficou. Por ter tido faltas e falhas e furos, afundou. Por ter tido força e vontade e desejo, se arrumou. E por ter feito bagunça, baderna,  balbúrdia, se espalhou. Por ter sido passageiro, eternizou. Por ter sido incabível, se encaixou. Por ter sido silêncio, segredo, sorriso, se transformou. Por ter sido amigo, amante, aventura, se arriscou. Por ter sido comédia e tragédia, se encenou. Por ter sido mentira e verdade, machucou. Por ter sido metade, completou. Por ter sido inocente, conquistou. Por ter sido errado, se igualou. Por ter sido pensado, acabou.

Lara


  "Foste esperança e magia/ Sinceridade e poesia" - Vinícius de Moraes

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aos meus amigos

Ah! Que bom é sentir que não se está sozinho e que qualquer dificuldade é pequena quando se tem Amigos. Embora sejam meu maior motivo de felicidade, não é fácil encontrá-los. Não que eu seja exigente, mas devem ser (quase) perfeitos para que sejam dignos de ocupar papel tão importante em minha vida. A convivência diária, a troca de informações e até um certo afeto não classificam alguém como amigo, pelo menos não de verdade. Meus AMIGOS, são aqueles que me dão apoio quando eu estou certa e me alertam sobre meus erros (e mesmo assim continuam ao meu lado). Perdoam as minha falhas - que sorte a minha - e eu perdôo as deles, pois os erros fazem parte do aprendizado humano. Têm defeitos, é claro; isso é inevitável. Entretanto, não são suficientes para que eu deixe de amá-los, nem mesmo um pouquinho a menos.

Muitas vezes, não os vejo por tempos e tempos, mas saber que eles existem e ali estarão para mim quando for necessário, faz com que eu me sinta segura e continue a viver sem (tantos) medos.  Alguns deles podem nem saber que significam tanto para mim; mas não os amo para que me amem de volta, e sim pois, embora pareça egoísmo, a alegria que sinto ao pensar neles me preenche, me completa. Agradeço pelos os sorrisos que dei, pelas ajudas que me foram prestadas, pelos motivos que me deram para me fazer pensar...Agradeço também pelas lágrimas que chorei, pelos gritos, pelas discussões, por todos os momentos que passei por causa deles, sejam eles bons ou não. Peço desculpas por tudo o que fiz que não os agradou, mas garanto-lhes que não foi intencional.

Meus amigos são estrelas, minhas estrelas. Não é sempre que aparecem para mim, às vezes, nuvens escondem-nas... Mas eu sei que atrás de tanta nuvem, tanto escuro, tanto cinza, minhas estrelas estarão ali, iluminadas como sempre e chamando a minha atenção por seu brilho. Não são só as suas qualidades que os fazem tão bons, tão diferentes de todos com quem convivo, é o estado encantador que surge em mim quando estão presentes. De fato, presentes pra mim. Não tenho mais palavras para explicar  o significado desses amigos, então despeço-me com um simples e verdadeiro: Obrigada. 

Lara


PS: Acabei "Para sempre Alice" e recomendo (: Começando então: "Sonho de uma noite de verão" amanhã !

sábado, 27 de novembro de 2010

Giulia

Meu amor,
Minhas lágrimas pareciam não se cansar de cair. Era explícita a incompreensão de um mundo. As pessoas não conseguiam entender porque tanto eu chorava. Criticavam-me, diziam que eu era tola. Talvez, elas nunca tenham amado de verdade como eu amei e por isso, não conseguiam entender o que estava acontecendo dentro de mim. Às vezes, nem eu mesma me entendia. Era como se um lado, o lado amante, quisesse chorar até cansar e viver em profunda melancolia, na esperança de que quando as lágrimas secassem, o amor estivesse de volta. O outro, o lado louco, cansado de tanto chorar, fazia-me querer abrir o peito e tirar aquele coração que batia tão forte e gritava de tanta dor lá dentro. O louco e o amante coexistiam, divididos pelo equilíbrio de minha sanidade e razão. Decidi esperar. Não havia nada que eu pudesse fazer para curar a dor, que aos poucos, virou angústia e mais tarde, saudade...

Criei então uma personagem. Seu nome? Giulia. Era doce e meiga, mas assim como eu, ela chorava. A minha menina amava. Derramava lágrimas contra a sua vontade. Ela só queria ser feliz, mas eu, no meu egoísmo de autora, passei para ela todo o meu amor e conseqüentemente, a minha dor. Fiz Giulia chorar por muito tempo e amar por mais tempo ainda. Em minhas histórias, ela conheceu todos os tipos de sentimentos, se encantou diversas vezes e se desiludiu na mesma proporção. Certo dia, a ponta do meu lápis criou um alguém sem nome. Era moço e cativante e encantou a minha menina. Porém, esse moço era palhaço; ao mesmo tempo e com a mesma facilidade com que a fazia sorrir, a enganava. Cansada de sofrer, a menina, que já havia ganhado vida e falas próprias, pediu para que eu parasse de escrever. Ela queria um desfecho para as suas histórias; não queria mais que a minha saudade e decepção decidissem seu destino. Queria um amor de verdade, sem as palhaçadas do moço que criei. Ela estava certa, não era justo que eu a fizesse passar pelos meus sofrimentos, já que eu era a covarde por não enfrentá-los.  A minha menina Giulia me alertou para a confusão que se passava dentro de mim de novo. Resolvi lhe dar uma nova história e um final feliz , já que eu não podia ter o meu. De tanto pensar, percebi que Giulia era como o meu lado louco e não podia suportar o sofrimento. Giulia e seu novo amor, foram felizes para sempre.

Mais uma vez, eu me vi sozinha. Ah, meu amor, eu perdi o controle da situação. Lembrei então, da minha menina, que me incentivava a ver em você a pessoa boa que eu amava. Essas lembranças me trouxeram cada vez mais saudade e acenderam de novo um amor que parecia estar morto, mas não estava. A minha sanidade enlouqueceu e a minha razão tornou-se irracional. Eu não quis mais chorar; não havia mais vergonha nem tristeza, havia vontade, impulso e coragem. De repente, a linha fina que dividia em mim o lado louco e o lado amante se perdeu. Não sei portanto, se amo-te loucamente ou se sou louca de amar-te. O meu lado louco tirou-me o medo do amor e, recíproco ou não, é esse amor que alimenta a minha loucura, dando continuidade constante ao ciclo insano criado por um coração que insiste em ver em teus olhos toda a alegria do mundo. Te amo.


Lara


PS: Cheiro de livro novo é muito bom. Comprei "Orgulho e preconceito" e "Sonho de uma noite de verão". Lendo: "Para sempre Alice". 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vai saber...

Pode ser que um dia eu entenda a razão disso tudo, o motivo para Terra existir e o porquê do meu mundo cair quando vejo você. Pode ser que a vida seja só uma, para ser vivida em plena loucura, ou talvez apenas mais uma de uma lista enorme e incontável de vidas. Como saber?  Pode ser que um dia eu case, tenha filhos e netos  e morra quietinha deitada sem sofrer; mas pode ser que eu fique sozinha, olhando a janela, sem filhos nem netos esperando você. Como vou saber? Pode ser que eu more num sítio, ou em uma casa bem grande longe daqui. Mas quem sabe, eu não mudo para o quarto do lado e reformo o telhado do meu mesmo lugar? Pode ser que existam ETs, que visitem galáxias distantes, que descubram mais fósseis gigantes, mas como saber? E ficar na espera – pensanso e pensando – do que pode ser é tão  vago e incerto quanto meus sonhos e planos, dúvidas e enganos – que insistem em me fazer acreditar que um dia você voltar, pra me levar embora, mesmo que não seja agora, para nunca mais mudar. 

Sei que hoje chove, e por medo dos trovões, vou me esconder debaixo dos lençois, fechar os olhos bem forte e dormir em paz.

Lara

 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

*

Não sei se você percebeu que por todo esse tempo, foi tudo pra te mostrar que o meu amor é seu.  Todos os olhares não trocados,  os beijos não dados, os afetos não mostrados... Tudo isso é seu. As palavras não ditas, as brigas não resolvidas, as verdades contidas, você não percebeu? É seu. Meu amor engasgado, meu amor controlado, meu amor apertando meu peito... sufocado.




Estava aqui comigo, sozinho, porque você não percebeu.  E agora vou só, meu amor, porque a dor me preencheu e me tomou o amor, que era seu. 

Lara

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pessoas



Gosto de pessoas. De todos os tipos, de todas as cores, de todos os lugares. Gosto dos diferentes sorrisos, sotaques, das diferentes expressões e reações. Gosto de ver como cada pessoa, sozinha, tem um mundo, tem manias, tem vida. Ver as pessoas vivendo a vida. Ver cada uma com seu jeito, olhar, conflito. Cada um é um só e é essa individualidade - suas diferenças pessoais e únicas -  que faz a graça de cada ser. Seja qual for a razão de serem quem são e como são – genética, sociedade, essência, personalidade, experiência – existem, vivem e fazem o mundo ser como é. 

Lara
"See, it's not about races; Just places, faces"
 Michael Jackson

domingo, 21 de novembro de 2010

Ódio

Os tantos momentos de raiva foram entendidos por meu coração rancoroso que, em meio há uma seqüência de acontecimentos rápidos, só conseguiu guardar o mal. Tentei de todas as formas não pensar na dor que eu estava sentindo e me esforcei ao máximo para perdoar a traição. Infelizmente (ou não) não dei conta de aguentar tanta decepção de uma vez só e, conseqüentemente, minha raiva tornou-se ira e aversão.

De pouco em pouco, exercitava-me pscicologicamente para conter tamanha intensidade de meus pensamentos ruins. Queria, mas não conseguia não desejar mal a quem tanto mal me fez. Era mais forte que a minha integridade, mais forte que o meu lado que tinha como princípio o perdão. Feriu-me sem pensar, sem dar importância às conseqüencias graves que seus atos trariam para a minha vida.  Exclusivo o pensamento sobre si mesma, ela não foi capaz de medir o tamanho do carinho que eu tinha, ou tamanho do meu amor. Pensou em si, mais uma vez. Deixou-me para trás.

Incontrolável e inexplicável o meu desejo de que tudo em sua vida dê errado, pois penso que talvez seja o único modo de um dia fazê-la sentir o que eu senti. Quero causar a dor em quem me causou e desprezá-la para sempre e com a mesma (falta de) consideração que teve por mim. Sinto-me má.

Oscilam (meus sentimentos) hoje, ao pensar na traição, entre a repugnância e a pena. Existe uma rejeição profunda que não sai de mim mesmo que eu tente. Talvez eu não queira expulsar essa sede de vingança de dentro de mim, pelo menos até que eu a veja chorando como chorei, sofrendo como sofri e pedindo ajuda como eu pedi. Quero que fique humilhada, arrependida e abandonada. E então, quando vier me pedir socorro, vier se explicar de novo e dizer que estava errada, eu possa enfim mostrar o ódio que guardo com tanta tristeza. Ela vera lá de baixo, a sola do meu sapato. 

Lara.

sábado, 20 de novembro de 2010

Rotina



( 1,2,3...  - Vídeo de Bruna Ohana )


Ontem acordei na mesma hora de sempre. Tomei banho, escovei os dentes e comi um pão com manteiga antes de sair, como sempre. Fui para o trabalho pelo mesmo caminho de todos os dias, passando pelos lugares e pessoas de todos os dias, para fazer o que faço todos os dias. Hoje acordei na mesma hora de sempre. Tomei banho, escovei os dentes e comi um pão com manteiga antes de sair, como sempre. Fui para o trabalho pelo mesmo caminho de todos os dias, passando pelos lugares e pessoas de todos os dias, para fazer o que faço todos os dias. Amanha, acordarei na mesma hora de sempre e farei o de sempre, tudo de novo, mais uma vez, repetidamente de um modo um tanto quanto automático. Dormirei, mais uma vez, desejando que um dia desses (qualquer dia que seja), eu perca a hora meio sem querer, as coisas mudem meio sem porquê e que no meio do meu caminho de todos os dias, para mudar meu mundo e me tirar da rotina, eu encontre você. 


Lara



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

" Comer, rezar e amar "


Às vezes penso em largar tudo, buscar o novo, sair do conforto, correr pro mundo. Às vezes penso em sair andando, sem mais nem menos, sem despedidas, sem razão, sem nada nas costas além de uma história para contar.  Tão simples são os meus planos, tão livres minhas idéias, tão belas minhas ilusões.  

Lara



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Prosa à toa

Sou cheia de idéias, conceitos, coisas na cabeça.  Coisas que se confundem, se embaralham, se misturam se não forem tiradas de mim. Coisas que sinto, que penso, que idealizo. Coisas, enfim. Sentimentos, sonhos, dúvidas, fatos, histórias, ilusões, reflexões, frases soltas, palavras perdidas, quem sabe poesia.

Aqui então, escreverei coisas. Dessas coisas que à toa transbordam pra me fazer feliz. 

Lara