terça-feira, 30 de novembro de 2010

Por ser você


Por ter tido coragem, começou. Por ter sido improvável, provou-se diferente. Por ter sido você, ficou. Por ter tido faltas e falhas e furos, afundou. Por ter tido força e vontade e desejo, se arrumou. E por ter feito bagunça, baderna,  balbúrdia, se espalhou. Por ter sido passageiro, eternizou. Por ter sido incabível, se encaixou. Por ter sido silêncio, segredo, sorriso, se transformou. Por ter sido amigo, amante, aventura, se arriscou. Por ter sido comédia e tragédia, se encenou. Por ter sido mentira e verdade, machucou. Por ter sido metade, completou. Por ter sido inocente, conquistou. Por ter sido errado, se igualou. Por ter sido pensado, acabou.

Lara


  "Foste esperança e magia/ Sinceridade e poesia" - Vinícius de Moraes

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aos meus amigos

Ah! Que bom é sentir que não se está sozinho e que qualquer dificuldade é pequena quando se tem Amigos. Embora sejam meu maior motivo de felicidade, não é fácil encontrá-los. Não que eu seja exigente, mas devem ser (quase) perfeitos para que sejam dignos de ocupar papel tão importante em minha vida. A convivência diária, a troca de informações e até um certo afeto não classificam alguém como amigo, pelo menos não de verdade. Meus AMIGOS, são aqueles que me dão apoio quando eu estou certa e me alertam sobre meus erros (e mesmo assim continuam ao meu lado). Perdoam as minha falhas - que sorte a minha - e eu perdôo as deles, pois os erros fazem parte do aprendizado humano. Têm defeitos, é claro; isso é inevitável. Entretanto, não são suficientes para que eu deixe de amá-los, nem mesmo um pouquinho a menos.

Muitas vezes, não os vejo por tempos e tempos, mas saber que eles existem e ali estarão para mim quando for necessário, faz com que eu me sinta segura e continue a viver sem (tantos) medos.  Alguns deles podem nem saber que significam tanto para mim; mas não os amo para que me amem de volta, e sim pois, embora pareça egoísmo, a alegria que sinto ao pensar neles me preenche, me completa. Agradeço pelos os sorrisos que dei, pelas ajudas que me foram prestadas, pelos motivos que me deram para me fazer pensar...Agradeço também pelas lágrimas que chorei, pelos gritos, pelas discussões, por todos os momentos que passei por causa deles, sejam eles bons ou não. Peço desculpas por tudo o que fiz que não os agradou, mas garanto-lhes que não foi intencional.

Meus amigos são estrelas, minhas estrelas. Não é sempre que aparecem para mim, às vezes, nuvens escondem-nas... Mas eu sei que atrás de tanta nuvem, tanto escuro, tanto cinza, minhas estrelas estarão ali, iluminadas como sempre e chamando a minha atenção por seu brilho. Não são só as suas qualidades que os fazem tão bons, tão diferentes de todos com quem convivo, é o estado encantador que surge em mim quando estão presentes. De fato, presentes pra mim. Não tenho mais palavras para explicar  o significado desses amigos, então despeço-me com um simples e verdadeiro: Obrigada. 

Lara


PS: Acabei "Para sempre Alice" e recomendo (: Começando então: "Sonho de uma noite de verão" amanhã !

sábado, 27 de novembro de 2010

Giulia

Meu amor,
Minhas lágrimas pareciam não se cansar de cair. Era explícita a incompreensão de um mundo. As pessoas não conseguiam entender porque tanto eu chorava. Criticavam-me, diziam que eu era tola. Talvez, elas nunca tenham amado de verdade como eu amei e por isso, não conseguiam entender o que estava acontecendo dentro de mim. Às vezes, nem eu mesma me entendia. Era como se um lado, o lado amante, quisesse chorar até cansar e viver em profunda melancolia, na esperança de que quando as lágrimas secassem, o amor estivesse de volta. O outro, o lado louco, cansado de tanto chorar, fazia-me querer abrir o peito e tirar aquele coração que batia tão forte e gritava de tanta dor lá dentro. O louco e o amante coexistiam, divididos pelo equilíbrio de minha sanidade e razão. Decidi esperar. Não havia nada que eu pudesse fazer para curar a dor, que aos poucos, virou angústia e mais tarde, saudade...

Criei então uma personagem. Seu nome? Giulia. Era doce e meiga, mas assim como eu, ela chorava. A minha menina amava. Derramava lágrimas contra a sua vontade. Ela só queria ser feliz, mas eu, no meu egoísmo de autora, passei para ela todo o meu amor e conseqüentemente, a minha dor. Fiz Giulia chorar por muito tempo e amar por mais tempo ainda. Em minhas histórias, ela conheceu todos os tipos de sentimentos, se encantou diversas vezes e se desiludiu na mesma proporção. Certo dia, a ponta do meu lápis criou um alguém sem nome. Era moço e cativante e encantou a minha menina. Porém, esse moço era palhaço; ao mesmo tempo e com a mesma facilidade com que a fazia sorrir, a enganava. Cansada de sofrer, a menina, que já havia ganhado vida e falas próprias, pediu para que eu parasse de escrever. Ela queria um desfecho para as suas histórias; não queria mais que a minha saudade e decepção decidissem seu destino. Queria um amor de verdade, sem as palhaçadas do moço que criei. Ela estava certa, não era justo que eu a fizesse passar pelos meus sofrimentos, já que eu era a covarde por não enfrentá-los.  A minha menina Giulia me alertou para a confusão que se passava dentro de mim de novo. Resolvi lhe dar uma nova história e um final feliz , já que eu não podia ter o meu. De tanto pensar, percebi que Giulia era como o meu lado louco e não podia suportar o sofrimento. Giulia e seu novo amor, foram felizes para sempre.

Mais uma vez, eu me vi sozinha. Ah, meu amor, eu perdi o controle da situação. Lembrei então, da minha menina, que me incentivava a ver em você a pessoa boa que eu amava. Essas lembranças me trouxeram cada vez mais saudade e acenderam de novo um amor que parecia estar morto, mas não estava. A minha sanidade enlouqueceu e a minha razão tornou-se irracional. Eu não quis mais chorar; não havia mais vergonha nem tristeza, havia vontade, impulso e coragem. De repente, a linha fina que dividia em mim o lado louco e o lado amante se perdeu. Não sei portanto, se amo-te loucamente ou se sou louca de amar-te. O meu lado louco tirou-me o medo do amor e, recíproco ou não, é esse amor que alimenta a minha loucura, dando continuidade constante ao ciclo insano criado por um coração que insiste em ver em teus olhos toda a alegria do mundo. Te amo.


Lara


PS: Cheiro de livro novo é muito bom. Comprei "Orgulho e preconceito" e "Sonho de uma noite de verão". Lendo: "Para sempre Alice". 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vai saber...

Pode ser que um dia eu entenda a razão disso tudo, o motivo para Terra existir e o porquê do meu mundo cair quando vejo você. Pode ser que a vida seja só uma, para ser vivida em plena loucura, ou talvez apenas mais uma de uma lista enorme e incontável de vidas. Como saber?  Pode ser que um dia eu case, tenha filhos e netos  e morra quietinha deitada sem sofrer; mas pode ser que eu fique sozinha, olhando a janela, sem filhos nem netos esperando você. Como vou saber? Pode ser que eu more num sítio, ou em uma casa bem grande longe daqui. Mas quem sabe, eu não mudo para o quarto do lado e reformo o telhado do meu mesmo lugar? Pode ser que existam ETs, que visitem galáxias distantes, que descubram mais fósseis gigantes, mas como saber? E ficar na espera – pensanso e pensando – do que pode ser é tão  vago e incerto quanto meus sonhos e planos, dúvidas e enganos – que insistem em me fazer acreditar que um dia você voltar, pra me levar embora, mesmo que não seja agora, para nunca mais mudar. 

Sei que hoje chove, e por medo dos trovões, vou me esconder debaixo dos lençois, fechar os olhos bem forte e dormir em paz.

Lara

 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

*

Não sei se você percebeu que por todo esse tempo, foi tudo pra te mostrar que o meu amor é seu.  Todos os olhares não trocados,  os beijos não dados, os afetos não mostrados... Tudo isso é seu. As palavras não ditas, as brigas não resolvidas, as verdades contidas, você não percebeu? É seu. Meu amor engasgado, meu amor controlado, meu amor apertando meu peito... sufocado.




Estava aqui comigo, sozinho, porque você não percebeu.  E agora vou só, meu amor, porque a dor me preencheu e me tomou o amor, que era seu. 

Lara

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pessoas



Gosto de pessoas. De todos os tipos, de todas as cores, de todos os lugares. Gosto dos diferentes sorrisos, sotaques, das diferentes expressões e reações. Gosto de ver como cada pessoa, sozinha, tem um mundo, tem manias, tem vida. Ver as pessoas vivendo a vida. Ver cada uma com seu jeito, olhar, conflito. Cada um é um só e é essa individualidade - suas diferenças pessoais e únicas -  que faz a graça de cada ser. Seja qual for a razão de serem quem são e como são – genética, sociedade, essência, personalidade, experiência – existem, vivem e fazem o mundo ser como é. 

Lara
"See, it's not about races; Just places, faces"
 Michael Jackson

domingo, 21 de novembro de 2010

Ódio

Os tantos momentos de raiva foram entendidos por meu coração rancoroso que, em meio há uma seqüência de acontecimentos rápidos, só conseguiu guardar o mal. Tentei de todas as formas não pensar na dor que eu estava sentindo e me esforcei ao máximo para perdoar a traição. Infelizmente (ou não) não dei conta de aguentar tanta decepção de uma vez só e, conseqüentemente, minha raiva tornou-se ira e aversão.

De pouco em pouco, exercitava-me pscicologicamente para conter tamanha intensidade de meus pensamentos ruins. Queria, mas não conseguia não desejar mal a quem tanto mal me fez. Era mais forte que a minha integridade, mais forte que o meu lado que tinha como princípio o perdão. Feriu-me sem pensar, sem dar importância às conseqüencias graves que seus atos trariam para a minha vida.  Exclusivo o pensamento sobre si mesma, ela não foi capaz de medir o tamanho do carinho que eu tinha, ou tamanho do meu amor. Pensou em si, mais uma vez. Deixou-me para trás.

Incontrolável e inexplicável o meu desejo de que tudo em sua vida dê errado, pois penso que talvez seja o único modo de um dia fazê-la sentir o que eu senti. Quero causar a dor em quem me causou e desprezá-la para sempre e com a mesma (falta de) consideração que teve por mim. Sinto-me má.

Oscilam (meus sentimentos) hoje, ao pensar na traição, entre a repugnância e a pena. Existe uma rejeição profunda que não sai de mim mesmo que eu tente. Talvez eu não queira expulsar essa sede de vingança de dentro de mim, pelo menos até que eu a veja chorando como chorei, sofrendo como sofri e pedindo ajuda como eu pedi. Quero que fique humilhada, arrependida e abandonada. E então, quando vier me pedir socorro, vier se explicar de novo e dizer que estava errada, eu possa enfim mostrar o ódio que guardo com tanta tristeza. Ela vera lá de baixo, a sola do meu sapato. 

Lara.

sábado, 20 de novembro de 2010

Rotina



( 1,2,3...  - Vídeo de Bruna Ohana )


Ontem acordei na mesma hora de sempre. Tomei banho, escovei os dentes e comi um pão com manteiga antes de sair, como sempre. Fui para o trabalho pelo mesmo caminho de todos os dias, passando pelos lugares e pessoas de todos os dias, para fazer o que faço todos os dias. Hoje acordei na mesma hora de sempre. Tomei banho, escovei os dentes e comi um pão com manteiga antes de sair, como sempre. Fui para o trabalho pelo mesmo caminho de todos os dias, passando pelos lugares e pessoas de todos os dias, para fazer o que faço todos os dias. Amanha, acordarei na mesma hora de sempre e farei o de sempre, tudo de novo, mais uma vez, repetidamente de um modo um tanto quanto automático. Dormirei, mais uma vez, desejando que um dia desses (qualquer dia que seja), eu perca a hora meio sem querer, as coisas mudem meio sem porquê e que no meio do meu caminho de todos os dias, para mudar meu mundo e me tirar da rotina, eu encontre você. 


Lara



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

" Comer, rezar e amar "


Às vezes penso em largar tudo, buscar o novo, sair do conforto, correr pro mundo. Às vezes penso em sair andando, sem mais nem menos, sem despedidas, sem razão, sem nada nas costas além de uma história para contar.  Tão simples são os meus planos, tão livres minhas idéias, tão belas minhas ilusões.  

Lara



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Prosa à toa

Sou cheia de idéias, conceitos, coisas na cabeça.  Coisas que se confundem, se embaralham, se misturam se não forem tiradas de mim. Coisas que sinto, que penso, que idealizo. Coisas, enfim. Sentimentos, sonhos, dúvidas, fatos, histórias, ilusões, reflexões, frases soltas, palavras perdidas, quem sabe poesia.

Aqui então, escreverei coisas. Dessas coisas que à toa transbordam pra me fazer feliz. 

Lara